Nada existe
11.set.2021 | 20.nov.2021

Press
Press Release
<p>RUI CHAFES</p>
<p>NADA EXISTE</p>
<p>11.09 – 20.11.21</p>
<p>A exposição “Nada existe” apresenta doze esculturas realizadas entre 2020 e 2021, fragmentos e negras flores de espuma nascidas neste nosso tempo de devastação. Nelas continua a desenvolver-se a ideia da não distinção entre interior e exterior, assumindo que ambos possuem igual importância e que são a mesma coisa. Em muitas esculturas medievais e góticas, a parte de trás era escavada para retirar peso à peça. Esse lado, apesar de estar escondido do nosso olhar, era tão importante e determinante como a frente, a parte visível. Essas esculturas, normalmente nas igrejas e templos, são uma demonstração inequívoca de que a forma é o vazio e o vazio é a forma. O vazio existe para nos conduzir à forma. Recipientes que se confundem com o que trazem em si, com o que ocultam ou que revelam. Uma pele doente, virada do avesso, extraordinariamente lisa por fora e inquietantemente áspera por dentro (ou será o inverso?), parece vazia mas carrega uma imensidão consigo. Nesta exposição, com a excepção de duas peças suspensas do tecto e de outras quatro em prateleiras, as esculturas foram colocadas directamente no solo, sem plinto ou qualquer tipo de base. O visitante é convidado a olhar para o chão, com a humildade de quem curva a cabeça para ver o que parece não merecer o nosso olhar. Silenciosas, talvez nos ajudem a lembrar que, por vezes, é necessário olhar para baixo para nos elevarmos. </p>
<p>Num segundo momento da exposição, apresentam-se na sala pintada de azul /cinzento as quatro esculturas, datadas de 2017, que serviram de estudo para a obra “La Nuit”, realizada em 2018, que incluía a escultura em gesso “Le Nez”, de Alberto Giacometti. Esse trabalho foi mostrado na exposição “Rui Chafes et Alberto Giacometti – Gris, Vide, Cris”, comissariada por Helena de Freitas, na Fondation Calouste Gulbenkian em Paris, em 2018.</p>
<p>Rui Chafes</p>
<p>Lisboa, Agosto 2021</p>