João Penalva
22.mai.2014 | 13.set.2014
Press
Press Release
<p>A Galeria Filomena Soares tem o prazer de apresentar a mais recente exposição individual do artista JOÃO PENALVA (Lisboa, 1949). A exposição, que inaugura no dia 22 de Maio, quinta-feira, às 21h30, poderá ser visitada até dia 13 de Setembro de 2014.</p>
<p>Esta exposição apresenta trabalhos fotográficos de 2014 e um trabalho em vídeo de 2007, até hoje nunca exibido em Portugal. Pavel Rodriguez”, que recentemente entrevistou o artista sobre esta exposição, diz que “estes trabalhos são exemplares de como não há nada no mundo que não possa servir de material de trabalho a João Penalva, do mesmo modo que, para John Cage, não haveria som no planeta que não pudesse ser uma ideia para uma composição.”</p>
<p>“Todos estes trabalhos apresentam uma escala rigorosamente real, como se houvesse uma intenção forense no retrato de situações tão banais que normalmente se tornam invisíveis a todos os que agora as reconhecemos. É esse o trabalho do artista: desviar-nos da nossa distracção para descobrirmos como a vida é mais interessante do que aquilo que julgávamos?”</p>
<p>“Umas são imagens de passeios, remendados, partidos e sujos, de ruas perto do atelier do artista, em Londres. Os seus títulos são o código postal exacto do prédio em frente, o que, em vez de os mitificar numa cifra de arquivo, lhes dá a possibilidade de serem localizados pelos mapas da Google. Mas como é que o palimpsesto de toda uma história acidental, urbana, de design funcional, de serviços, se pode transformar em imagens que, quase como pinturas, sugerem tanto a abstração lírica como a abstração geométrica?”</p>
<p>“Outras são imagens de cactos decrépitos, em Lisboa, em que nomes foram talhados. O facto de alguém ter inscrito nomes próprios e iniciais num suporte tão frágil é uma comovedora manifestação da própria efemeridade de um momento em relação à sua recordação. São imagens nostálgicas da fotografia a preto e branco, de pequeno formato, a que foi retirada toda a contemporaneidade.”</p>
<p>“Do mesmo modo, a simples imagem filmada de um feixe de luz, que se confunde com o do projector que a torna visível, leva-nos a perdermo-nos no deleite de uma dança de partículas de poeira a que o artista deu, num gesto autoral decisivo, o tempo de quatro minutos exactos.”<br />
Pavel Rodriguez menciona ainda “o acto fotográfico que, no trabalho de Penalva, antecipa sempre uma ficcionalização de imagem”. Penalva responde-lhe que “estas imagens são imagens da imagem original. É o método de impressão o que as redefine como imagens que se esqueceram da sua origem estritamente documental. É essa a ficção.”</p>
<p>“Pavel Rodriguez é escritor e crítico de arte. Vive na Cidade do México.</p>