Jan De Cock | Jacqueline Kennedy Onassis: A Commercial Exhibition
22.mai.2014 | 13.set.2014

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Press Release

<p>A Galeria Filomena Soares tem o prazer de apresentar em Portugal a primeira exposição individual do artista belga JAN DE COCK (Bruxelas, 1976), intitulada JACQUELINE KENNEDY ONASSIS: A Commercial Exhibition, com inauguração a 15 de Novembro (quinta-feira) às 21:30 horas, com a presença do artista. A exposição irá estar patente até o dia 12 de Janeiro de 2013.</p> <p>As presentes obras foram apresentadas este ano na exposição intitulada JACQUELINE KENNEDY ONASSIS: A Romantic Exhibition, no Staatliche Kunsthalle de Baden-Baden, Alemanha. O artista cria as suas obras através de um modus operandi muito particular. A improvisação de sugestivos referentes interagindo com a constante negação de específicos conceitos e materiais, concebe um espaço de extrema liberdade intelectual do discurso artístico. Uma série de esculturas nomeadas Romantik (Romance) consistem em grandes estruturas medindo quase três metros, sobre as quais se adicionam diferentes camadas de madeira e de outros materiais produzidos industrialmente. As obras recordam os anteriores “objectos-expansivos” do artista, mas que agora parecem ter sido empurrados contra a parede, como baixos-relevos. A série de esculturas Krise (Crise), colocadas em frente às anteriores, reproduz fragmentos de outros elementos arquitectónicos. Escadas, pedestais ou pequenos móveis, que parecem ser parte do estúdio do artista, são partes que constituem as esculturas. Ao comprimir espaços tridimensionais em baixos-relevos o artista diminui a distância entre o atelier e a galeria, transformando ambos num só espaço. Outros elementos – ornamentos arquitectónicos, frisos, pequenos elementos decorativos, módulos de madeira, soalho, diversas cores de tinta ou vestígios de moldes de gesso – aparecem em diversas obras. Alguns elementos reaparecem em novas formas, de modo que o espectador é forçado a descodificar as pequenas diferenças e variações nas diversas composições escultóricas que compõem a série. Assim, o espectador oscila de um fragmento para outro em busca de uma narrativa estável e de uma interpretação consciente. Talvez seja na interminável procura de algo inalcançável que o artista sugere um possível mapeamento da decadente sociedade contemporânea.</p> <p>Pela ocasião da exposição da Alemanha, Frank Vande Veire escreveu um pequeno texto intitulado “Jacqueline” que aqui se reproduz:</p> <p>“Cada época tem seus sonhos e os relega para a próxima geração, como se fossem projectados contra o firmamento. Uma das mais brilhantes constelações, que brilhava no firmamento na época que chamamos “anos sessenta”, foi Jacqueline Kennedy Onassis (1929-1994). Esta exposição aborda Jacqueline (“Jackie”) como uma figura emblemática, que representa a promessa adormecida e as crenças da sua época, mas também as suas ameaças latentes e perigos. Os anos sessenta são muitas vezes ridicularizados como uma época caracterizada pela ingenuidade e por um desejo imprudente pela a vida, mas levanta-se a questão: têm as décadas seguintes revelado nada mais do que uma alternância entre o vazio desolado e a paródia maníaca?</p> <p>Nos anos do pós-guerra, enquanto os valores transcendentes perdiam o seu apelo e a sua reserva sobre as massas tornavam-se cada vez mais assombrados pelo desejo que tinham, por gerações que tinham o privilégio de uma elite decadente, orgulhosos da sua inutilidade: levar uma vida intensa e rica em experiências. Uma ampla classe média emergente teve a oportunidade de ser elegante e se vestir bem, viajar e mergulhar em novas culturas, para conhecer e tornarem-se pessoas fascinante e imaginativas, para enriquecer as suas vidas com a arte e literatura, por vezes para se tornarem artistas, para participar em eventos e para se libertar das algemas da moralidade pequeno-burguesa, para procurar oportunidades desafiadoras para a renovação e desenvolvimento – em suma, para serem originais. Jacqueline em menina jurou nunca ser dona de casa, ela tinha uma aversão física a pessoas chatas e sempre foi conspicuamente original. Ela tinha o “je ne sais quoi” (“alguma coisa”) que as pessoas tentam definir usando palavras tais como “classe”, “estilo”, “carisma”, “presença” e “aura”. Ela tinha um estilo inimitável que sempre pôs em movimento a máquina de imitação. Ela tinha um conhecimento especial altamente evoluído de como usar essa máquina. Instintivamente, ela repetidamente encontrou o ambiente onde suas qualidades poderiam ser melhor apresentadas aos seus imitadores: na sombra do poder. Aqui, encontra-se o espaço para manobrar e prosperar de uma forma que o próprio poder nunca foi capaz. Um mínimo de originalidade produz um efeito máximo. Com um gesto modesto Jacqueline podia mover metade do mundo, com uma roupa simples iniciar uma tendência mundial. Jacqueline devia o seu carisma à sua modéstia. Um milhão de olhos estavam sobre ela, porque ela era a mestre do seu olhar incontestável. Ela tornou-se um espelho vazio de si mesma, reflectindo a sua própria imagem. A sua aparência era suficientemente impessoal e indefinida para se tornar numa tela em branco. Na sua recusa de originalidade, ela tornou-se um mistério muito discutido, um ponto de partida fugaz onde todos os desejos conflituantes da época chegaram a um momento de saturação. Nesse ponto, talvez houvesse, tal como no cerne da tempestade, um silêncio total e mortal.</p> <p>Um emaranhado inextricável de um profundo desejo de que o que é de valor duradouro e de uma sensação de frivolidade despreocupada, de um desejo de autenticidade e de uma proliferação de simulações, do culto pequeno-burguês da família e da sensibilidade cosmopolita, da meticulosa (re)construção da auto-imagem e da luxúria da vida espontânea, de uma obsessão com a segurança e o desejo de entrega, de interesses históricos (artísticos) e de nostalgia barata, de fervor revolucionário e da postura de rebeldes estilizados – que eram os anos sessenta, e que nesta exposição esta época olha para nós como “Jacqueline Kennedy Onassis”.</p> <p>Os criadores desta exposição tiveram um único padrão: Eles imaginaram uma Jacqueline que, para além de todas as imagens vãs que ela tinha de si mesma (sobretudo de suas próprias vãs percepções), teria sido reconhecida e, nesta exposição, ter-se-ia amado a si mesma.”</p>

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