Günther Förg | Prague
24.mar.2011 | 22.mai.2011
Press
Press Release
<p>GÜNTHER FÖRG</p>
<p>Prague</p>
<p>24.03 – 21.05.2011</p>
<p>Uma série de nove fotografias sem título de grande formato datadas de 2007 constituem a proposta do artista alemão Günther Förg para a primeira exposição com trabalhos fotográficos em Portugal intitulada “Prague”.</p>
<p>Desde 1982 que o artista se tem dedicado à fotografia em simultaneidade com outras linguagens expressivas designadamente a pintura, pela qual se tornou célebre. E de facto, a tradição pictural é percebível nas suas fotografias, ainda que superada por uma abordagem conceptual que investiga a problemática das capacidades e natureza da imagem fotográfica. Através destas superfícies inertes que o negativo preto e branco acentua a monumentalidade, Günther Förg representa o mundo, o seu universo, a si próprio e até o espectador. O minimalismo extremo, combinado com a ausência da presença humana, serve ao artista para libertar a fotografia enquanto médium da obrigação de representação fiel da realidade e, concomitantemente, proporcionar uma reflexão pessoal sobre o tempo, a transitoriedade e a memoria.</p>
<p>Descobrimos na fotografia a persistente verticalidade e configuração arquitectónica presente na pintura. Mas se na pintura de Günther Förg as paisagens arquitectónicas surgem veladas por uma pintura abstracta trazendo à memória esqueletos arquitecturais de edifícios ainda por construir, nos trabalhos fotográficos esses edifícios aparecem-nos plenamente revelados nas suas significações e simbolismos histórico-culturais intrínsecos às cidades onde foram erigidos. Förg capta de forma magistral a monumentalidade dos edifícios, emblemas do poder politico e vestígios de um passado perdido ou esquecido da memória colectiva, cuja presença se torna esmagadora.</p>
<p>Registos da capital da República Checa documentam a paisagem arquitectónica da cidade pondo em confronto o património edificado clássico e modernista enquanto testemunham a passagem do tempo proporcionando um encontro com os distintos momentos da arquitectura europeia. No entanto, os edifícios celebrados neste inquietante arquivo arquitectónico dos arredores do Castelo de Praga (Hradcany), não são resultado de instantes fortuitos ou recreativos mas surgem no seguimento da devoção do artista à arquitectura urbana, patente desde as primeiras fotografias que mostravam edifícios de cidades europeias que se tornaram modelos de vanguarda e entretanto entregues à sua degradação.</p>
<p>Günther Förg contraria as regras de representação de um edifício: silencia as construções com um granulado estrepitoso, apresenta as arquitecturas a partir de ângulos improváveis numa visão focalizada nos pormenores, num exercício plástico-retórico em que um elemento serve para representar a estrutura do todo e as imagens deixam, consequentemente, de estar vinculadas a um lugar e a um tempo.</p>
<p>Ficamos sós e isolados com estas arquitecturas mistificadas, frias e silenciosas e o nosso olhar absorto pelas imagens faz-nos esquecer, por breves instantes, que estamos numa Galeria de arte em Lisboa.</p>
<p>As fotografias que constituem a série “Prague” foram exibidas uma única vez em 2007 num âmbito de uma individual que o artista realizou no Hôtel des Arts – Centre Méditerranéen d’art em Toulon na França, representando esta exposição a primeira exibição pública da série numa galeria.</p>
<p>Günther Förg nasceu na Alemanha em 1952 sendo actualmente considerado um dos mais conceituados artistas contemporâneos, realizando exposições individuais em conhecidas instituições internacionais privadas e públicas e participando nas principais colectivas que reúnem importantes nomes da arte contemporânea. Está representado em variadíssimas colecções das quais destacamos: MoMA – Museum of Modern Art (Nova Iorque), Hamburger Bahnhof (Berlim), Deutsche Guggenheim (Berlim), Tate Modern (Londres), Bawag Contemporary – Bawag Foundation (Viena), MUDAM – Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean (Luxemburgo), San Francisco Museum of Modern Art – SFMOMA (São Francisco), (Barcelona), Fundación La Caixa – CaixaForum (Barcelona), Fundación Telefónica (Madrid), Kunstmuseum Basel (Basileia).</p>