Günther Förg | New Paintings
19.jun.2008 | 20.set.2008
Press
Press Release
<p>GÜNTHER FÖRG | New Paintings<br />
19.06 -20.09.2008</p>
<p>Volvidos mais de trinta anos desde as suas primeiras exposições individuais na Academia de Belas Artes e na Galeria Rüdiger Schöttle de Munique, Günther Förg traz-nos um conjunto de obras que atestam, por um lado a maturidade do artista, entre outros, no tratamento da cor em detrimento da pintura monocromática de outros tempos, e, por outro, a sua obstinada lealdade a uma arte pura realizada à margem das novas tecnologias e expressões artísticas apropriadas pela arte contemporânea.</p>
<p>Dentro da abstracção, Günther Förg encontrou um repertório muito pessoal que, não raras vezes, teve a arquitectura como ponto de partida. Assim, os seus quadros, através da mancha ou do geometrismo – apaziguado somente pela cor vibrante e pelo automatismo, herança dos expressionistas abstractos – trazem à memória esqueletos arquitecturais de edifícios ainda por construir/concluir.</p>
<p>E são precisamente essas grelhas, esse esquematismo resultante da intersecção da linha horizontal com a vertical que nos remetem para o plano da arquitectura, juntamente com o facto do artista deixar o suporte da tela “virgem” a conferir um aspecto inacabado, non finito, principal característica dos seus trabalhos mais recentes.</p>
<p>A sua arte tem como alicerce a convicção de que a forma tem o seu valor intrínseco, não pretendendo ser uma cópia ou representação fidedigna da realidade e, por isso mesmo, permanece e permanecerá sempre no plano da abstracção.</p>
<p>As paisagens da natureza veladas por uma pintura abstracta representam ainda uma parte significativa do seu trabalho, sobretudo a aguarela, outra das técnicas ensaiadas por Günther Förg que, muito embora, não se tenha aventurado pela diversidade de materiais de outros artistas contemporâneos, não deixou de procurar diferentes meios de expressar a sua arte pura – tanto na pintura como na escultura – demonstrando uma aptidão técnica admirável.</p>
<p>E, de facto, um olhar retrospectivo pela sua obra, permite-nos afirmar que Günther é hoje um artista extremamente ágil que pode confiar no seu instinto. A própria orientação compositiva é guiada pelo automatismo do acto de pintar, num impulso natural que confirma a liberdade criadora do artista. Assim, de forma intuitiva, espontânea, segue os ritmos de uma pintura também ela espontânea e envolvente. “The new paintings are triumphant in their uncanny abstraction. Also they made me realize that it had been always the artist’s concern to remove defined or shaped figuration from His painted images1”</p>
<p>No entanto, convirá não esquecer que Günther Förg, sobretudo nestes trabalhos recentes, ainda que não tivesse um plano preciso de composição, a sua pintura não deixa de anunciar, por intermédio da distribuição cadenciada das manchas de cor e seus intervalos, um ritmo pensado. E, o ritmo destas pinturas depende tanto da energia da pincelada, que vai oscilando na forma e na intensidade – frágil, compacta, ou repentina, num movimento veloz até a tinta esgotar -como da subtileza dos intervalos que desaparecem e voltam a aparecer. E, por isso, aos olhos do espectador, continua a não existir sequência, sobressaindo unicamente uma irregularidade determinada por manchas de cor que nervosa e inquietantemente flutuam na superfície da tela.</p>
<p>Diferentes temperamentos e ênfases da pincelada, infinitamente variável e gestual, em harmonia com um cromatismo vibrante – manchas de cores fortes que ocasional(acidental)mente se misturam – conferem às obras, aparentemente simples de Günther Forg um fôlego sempre surpreendentemente novo…</p>
<p>O artista está representado em importantes colecções internacionais, refira-se por exemplo: National Gallery of Canada, Hamburger Bahnhof (Berlim), Deutsche Guggenheim (Berlim), Museo d´arte contemporanea Castello di Rivoli (Turim/Itália), MUDAM – Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean (Luxemburgo), Fundación La Caixa – CaixaForum (Barcelona), Museu de Arte Contemporânea de Barcelona – MACBA (Barcelona), Fundación Telefónica, Madrid (Madrid), San Francisco Museum of Modern Art (EUA).</p>
<p>1 Rudi Fuchs in catálogo da exposição “Back and Forth” de Günther Förg no Essl Museum –<br />
Contemporary Art, Viena, 2008</p>