Exposição Colectiva | F for FREEDOM - Curadoria Alexandre Melo
05.jun.2012 | 08.set.2012
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Press Release
<p>O título “F for FREEDOM” implica uma intenção política mas também aparece por causa de “F for Fake” (1973, Orson Welles) e de várias palavras famosas (em inglês ou em português), cuja primeira letra é um “F”. A escolha de exemplos fica a cargo da liberdade de cada um. Como tudo o que se pode dizer ou pensar a propósito desta (ou de qualquer outra) exposição.</p>
<p>FREEDOM, LIBERDADE, é talvez a noção mais importante que se pode pensar, diz mesmo respeito à possibilidade de pensar e agir. Afinal a vida é a liberdade, mas a liberdade é a luta pela liberdade e liberdade é uma palavra que é muito difícil definir de modo categórico e impossível definir de modo consensual. Tem por isso algumas semelhanças com a palavra arte. É essa a primeira razão de ser desta exposição.</p>
<p>Nas primeiras conversas com os galeristas, a respeito deste projecto, surgiu a intenção de apresentar artistas escandinavos que têm estado muito ausentes da cena artística portuguesa. Agora é já só uma coincidência que, durante muito tempo, em tempos de ditaduras, a Escandinávia tenha sido para muitos um modelo ideal de liberdade. Em “F for FREEDOM” não se ilustra ou propagandeia uma definição de liberdade. Apresentam-se expressões da liberdade numa das suas formas mais completas que é a liberdade da imaginação e do trabalho artístico. A liberdade que assim se vê é, portanto, contradição ou provocação, celebração ou contestação, sempre ambiguidade e diversidade. Diversidade das práticas, métodos e materiais de cada artista. Choque de perspectivas e multiplicação de possibilidades de interpretação.</p>
<p>Gardar Eide Einarsson (1976, Noruega), através da variedade de formas concretas a que recorre, aborda tópicos políticos de um modo directo, mas deixa sempre a quem vê a responsabilidade pela leitura e conclusões. A vocação política é evidente em Runo Lagomarsino (1977, Suécia), mas levada a extremos de rarefacção e perversão em que o sentimento de perturbação se sobrepõe a qualquer espécie de conforto ideológico. Uma lógica de depuração move também o trabalho de Rolf Nowotny (1978, Dinamarca), numa perspectiva mais lírica e mais minimal que não diminui o impacto e poder sugestivo das obras. As pinturas de Alexander Tovborg (1983, Dinamarca), a descomprometida generosidade no uso da cor, da figura e das referências, demonstram a diversidade como princípio desordenador desta exposição e, com as suas revisitações (bíblicas, neste caso), sugerem um dos caminhos decisivos da liberdade no mundo de hoje. Tudo se joga na capacidade de submeter as narrativas, personagens e imagens canónicas, que nos chegam do passado, e as narrativas, personagens e imagens comuns que nos cercam no quotidiano, à energia transformadora e à infinita dinâmica de metamorfose inerentes ao exercício do poder da imaginação ficcional e da invenção artística. As esculturas de figuras clássicas transformadas e fotografadas por Elmgreen & Dragset (1961, Dinamarca & 1968, Noruega) são um caso exemplar.</p>
<p>Alexandre Melo, Maio 2012</p>
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