Dan Graham
14.mai.2022 | 30.jul.2022
Press
Press Release
<p>A Galeria Filomena Soares tem o prazer de apresentar os últimos pavilhões e modelos de Dan Graham, um dos artistas mais conceituados no cenário artístico contemporâneo internacional.<br />
O artista Norte-americano Dan Graham (n. 1942-2022) é reconhecido como um dos artistas e teóricos principais da arte do pós-guerra. Ao longo dos últimos cinquenta anos, a prática de Graham abrangeu escrita, fotografia, performance, arquitetura, instalação, vídeo e curadoria. O seu trabalho analisa as funções sociais da cultura contemporânea e os seus sistemas, desde a música rock, passando pela televisão e artes visuais, até à arquitetura. As suas influências são amplas e ecléticas, incluindo o Minimalismo, a Arquitetura Modernista, o paisagismo ao longo dos séculos, os mapas das cidades, a cultura skateboarding, o ícone de rock Patti Smith, o arquiteto paisagista Günther Vogt e o artista-escritor John Chamberlain.<br />
Apesar da sua recente rejeição da Arte Conceptual como termo, foi um dos seus primeiros pioneiros através das primeiras obras baseadas em texto, peças tipográficas de parede e poemas esquemáticos, para não mencionar o ensaio seminal ilustrado da revista Homes for America (1966). Expôs o trabalho dos seus pares Donald Judd, Sol LeWitt, e Robert Smithson na Galeria John Daniels em Nova Iorque, onde foi brevemente o curador e director, antes de mostrar ao lado destes e de muitos outros Minimalistas e Conceptualistas durante as décadas de 1960 e 70.<br />
Posicionar-se na fronteira entre diferentes disciplinas é central na obra de Graham. Como o próprio artista refere: “Eu gosto de coisas híbridas”. Característica que é evidente nos pavilhões espelhados de vidro, que Graham tem vindo a criar desde finais da década de 70. Os seus pavilhões têm sido instalados em diferentes lugares do mundo, nomeadamente em terraços com vista para cidade ou em áreas mais remotas, delineando a interdependência entre as esferas da arquitetura, da paisagem e dos seus habitantes.<br />
Os pavilhões de Graham são feitos de materiais modernos tais como o vidro espelhado, portas de correr, aço inoxidável e alumínio, mas inspiram-se num leque alargado de tipologias arquitetónicas de diferentes períodos da história: desde a cabana rústica aos pavilhões Rococó, passando pela forma do pavilhão moderno do Mies van der Rohe até gazebos, paragens de autocarro e cabines telefónicas. Os pavilhões são simultaneamente arquitetura e arte, assim como estruturas funcionais e esculturais. São desenhadas para o espectador entrar e circundá-las, sendo só ativadas com a sua presença.<br />
A exposição apresenta dois novos pavilhões, um no terraço da galeria e outro na sala principal da galeria. Duas estruturas elípticas compostas por vidros espelhados de dupla-face com um acesso ao interior da obra pela sua abertura. Através do vidro espelhado, o visitante é confrontado pela sua própria imagem e pela imagem dos outros visitantes, abrindo possibilidade para criar múltiplas perspetivas – de tal forma que experimenta uma sensação de desconforto, dado o deslocamento constante entre o espaço interior e exterior, entre reflexo e transparência, enquanto indivíduo e parte de um grupo.<br />
Na sala circundante, três modelos: Model A., Model B e Model C. Estas obras são simultaneamente arquitetura e arte e ao mesmo tempo estruturas funcionais e esculturais. São desenhadas para o espectador entrar e circundá-las, sendo só ativadas com a sua presença. Mantém a ideologia orgânica dos pavilhões, o confronto pela própria imagem e as múltiplas perspetivas, são condição poética mantida pela artista.</p>