António Olaio | The Sorrows of Electricity
14.mar.2013 | 01.jun.2013
Press
Press Release
<p>A Galeria Filomena Soares apresenta a exposição individual do artista António Olaio (Sá da Bandeira, Angola, 1963), intitulada The Sorrows of Electricity. A inauguração no dia 14 de Março contou com a presença do artista e a exposição irá estar patente até o dia 1 de Junho.</p>
<p>A mostra composta por uma instalação composta por 11 pinturas individuais e um vídeo – “Sunset TVs” – retoma algumas dos interesses que o artista tem vindo a desenvolver ao longo dos anos. Referências ao universo Pop e a objectos do quotidiano contemporâneo em pinturas de narrativas abstractas e delirantes fazem da obra do artista uma reflexão sobre os modos de ver e de olhar para a realidade que nos rodeia. Através do uso icónico da televisão, vista como um dispositivo de luz artificial que filtra de modo tendencioso o que dá a ver, o artista questiona os meios de divulgação e de propagação da informação visual. Vídeos, pinturas, músicas e ocasionalmente performance retratam irónica e cinicamente as pessoas e as suas vivências e relações com os lugares que habitam e com os seus objectos predilectos.</p>
<p>O tom melancólico da canção que dá nome ao vídeo “Sunset TVs”, e de pinturas como “Unplugged Mary”, “Where Paris used to be”, “Gaslight shadows” ou mesmo, de uma forma mais enigmática, “Yellow birds in the shade”, traduz a relação com a realidade como sendo uma espécie de sedimentação de obsolescências, um presente que se devora a si próprio, enquanto antecipação da sua condição de já não ser.</p>
<p>Em The Sorrows of Electricity a celebração da luz artificial (Graças à Luz Eléctrica, na Cooperativa Árvore no Porto, foi o título de uma exposição de António Olaio nos anos 80) dá lugar à sugestão da possibilidade do próprio artifício da electricidade poder experimentar a mágoa, ou mesmo os desgostos, na relação entre o sentimento e a realidade. Aqui os sentimentos são afirmados enquanto substantivos, aproximando-se da condição de coisas. E tristes serão as televisões, esses dispositivos alternativos às janelas, ou mesmo a electricidade que lhes corre nas veias. Menosprezo do sentimento dos humanos, ou mesmo dos artistas? Certamente, mas talvez sobretudo porque assim as coisas são bem mais interessantes.</p>
<p>A afirmação “On my sunset TVs you can rely” traduz uma crença que se desloca para o artifício, uma estranha reabilitação da idolatria. Não atinge propriamente o alcance metafísico da fé, mas a mera possibilidade de poder confiar nestes objectos. Só a mera circunstância de poder confiar no facto de existirem já é alento suficiente. E, transformada ou apresentada enquanto experiência estética, até pode passar por uma estupenda manifestação de júbilo.</p>
<p>A letra da música do vídeo – “Sunset TVs” – aqui transcrita suma, em grande medida, o paradigma desta exposição:</p>
<p>SUNSET TVs</p>
<p>My sunset TVs</p>
<p>can show you</p>
<p>how sky is blue</p>
<p>My sunset TVs</p>
<p>for me and you</p>
<p>On my sunset TVs</p>
<p> you can rely</p>
<p>for my sunset TVs</p>
<p>will never die</p>
<p>When Autumn becomes Winter</p>
<p>and Winter becomes Spring</p>
<p>electric light in Summer</p>
<p>isn’t brighter than it used to be</p>
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